A época de Pentecostes nos convida à conexão com o outro: a conhecê-lo e também a nos deixar conhecer. É tempo de integrar as individualidades ao coletivo, construindo um todo. É época de, apesar das nossas diferenças, nos unirmos por meio de uma mesma linguagem: o amor.
Depois da pandemia, a celebração deste ano foi providencial: um encontro de nossas famílias para possibilitar uma conexão real, olho no olho. O dia frio de outono, mas com sol brilhante, permitiu que as famílias aproveitassem nosso espaço junto com as crianças.
Começamos nossa celebração com uma grande roda e, juntos, cantamos a canção Siyahamba, de origem Sul Africana, que significa “Caminhando na luz do criador”.
Siyahamb’ ekukhanyeni kwenkos
Em seguida, convidamos todos os presentes, familiares e crianças, a carimbarem suas mãos preenchendo a copa da árvore pintada no muro de nosso jardim.
Com tinta laranja, amarelo e verde, nossa copa foi ficando cheia e frondosa. Com mãos largas e pequenas, com dedinhos bem marcados e dedinhos borradinhos. Mãos que foram se entrelaçando, se unindo, se sobrepondo a cada nova camada de tinta.
Vale contar que essa vivência começou muito antes do encontro deste sábado. Durante a semana, as crianças vivenciaram o preparo para nossa atividade de Pentecostes, acompanhando a preparação da parede, que foi especialmente pintada. E também fizeram pães, como forma de trabalhar o impulso de transformar o que é individual em coletivo. Misturando ingredientes das mais diversas origens: ovos, farinha, água… Produz-se algo novo, em que a diversidade se combina de forma harmônica.
Durante o encontro, aliás, foram vendidos pães, tortas e biscoitos feitos pelo corpo pedagógico da escola, para contribuir com a participação no IV Congresso Brasileiro de Pedagogia Waldorf, do qual professoras e assistentes irão participar em julho de 2023.
Foi uma alegria ver nosso quintal cheio e preencher nossa árvore com tantas mãos. Esperamos que nossas crianças levem com elas a importância do coletivo, de fazer junto, de construir junto. O mundo é um lugar bom, belo e verdadeiro e melhor ainda quando não caminhamos sós.
“Eu e tu
Somos Nós.”